Avanço: governo federal licita áreas para produção de 60 mil toneladas de pescado

9/8/2013

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) destinou 235 hectares de áreas em corpo d’água de domínio da União para a produção de quase 60 mil toneladas de pescado por ano, entre peixes, ostras e mexilhões. Estas áreas – localizadas nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Paraná, Goiás e Rio de Janeiro – foram abertas à licitação nos últimos 42 dias e vão significar a criação de milhares de empregos imediatos (diretos e indiretos), movimentando a economia nestas regiões, melhorando a qualidade de vida dos aquicultores e seus familiares e, ainda, aumentando a oferta de pescado à população.

Só no Mato Grosso do Sul – cujo edital foi lançado nesta quinta-feira (8) pelo ministro Marcelo Crivella e a secretária nacional de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura, Maria Fernanda Nince – a produção estimada de pescado (17 mil toneladas) nas áreas dos parques aquícolas que serão licitados vai superar a atual produção no estado, que é de 15 mil toneladas de pescado por ano. “Ou seja, estamos mais que dobrando a criação de pescado no Mato Grosso do Sul”, destaca Maria Fernanda Nince.

MODELO – São Paulo é exemplo na simplificação do licenciamento ambiental para o cultivo de pescado. Criado no final do ano passado com o apoio do MPA, o marco regulatório para a pesca e aquicultura – também conhecido como “Via Rápida da Aquicultura” – solucionou as dificuldades para o licenciamento ambiental no estado.

A medida, normatizada por decreto estadual (conforme prevê a legislação ambiental em vigor), prevê, para o licenciamento, a isenção de custos para pequenos criadores e a redução dos valores para empreendimentos de médio e grande porte.

Com isso, São Paulo conseguiu avançar na simplificação dos procedimentos de licenciamento, mantendo o controle e o rigor na fiscalização da atividade aquícola. De acordo com autoridades locais, a Via Rápida da Aquicultura beneficia aproximadamente dez mil aquicultores, entre empresários e pequenos e médios produtores.

ÁREAS LICITADAS – As áreas que foram destinadas à licitação de junho até ontem (8) estão localizadas em reservatórios de usinas hidrelétricas e ambientes marinhos. São áreas não-onerosas e também onerosas (com fins lucrativos).

Os vencedores das seleções ou concorrências públicas (na modalidade Maior Lance ou Oferta, de acordo com a Lei 8.666/93) têm um prazo de seis meses para a conclusão de todo o sistema de sinalização náutica da área cedida e o início da implementação do respectivo projeto. A autorização/cessão de uso das áreas licitadas vigora por 20 anos.

ATIVIDADE ECONÔMICA – Para se ter uma ideia da importância destas licitações dentro da política nacional de desenvolvimento da aquicultura, dados da Secretaria Nacional de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura (Sepoa/MPA) mostram que se 0,5% dos espelhos d´água dos 200 principais reservatórios do país forem tomados por cultivos de pescados, a produção brasileira será multiplicada por 20.

“O Ministério da Pesca e Aquicultura atua para o desenvolvimento sustentável da atividade aquícola no país”, afirma a secretária. “Para isso, incentivamos o constante monitoramento da qualidade da água utilizada na criação do pescado para a proteção do meio ambiente, das espécies cultivadas e da saúde do consumidor”, completa a secretária.

RUMOS PROMISSORES – Estudo do Instituto Earth Policy mostra que, pela primeira vez no mundo, a produção de peixes e frutos do mar ultrapassou a de carne bovina. Segundo o estudo, em 2012 foram 66,5 milhões de toneladas de frutos do mar contra 63 milhões de toneladas de carne vermelha.

No Brasil, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), entre 2000 e 2009, o consumo de peixe per capita aumentou cerca de 30% no Brasil, enquanto o de carne bovina cresceu 10%.

A aquicultura (cultivo de pescado de água doce e salgada) é, atualmente, um dos segmentos da produção animal que mais cresce no mundo, segundo a FAO. No Brasil, ela já responde por quase metade (40%) de toda a produção de pescado: 1,3 milhão de tonelada por ano.

A atividade gera um PIB pesqueiro nacional de R$ 5 bilhões, mobiliza 800 mil profissionais e proporciona 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos.

A meta do Ministério da Pesca e Aquicultura é incentivar a produção nacional para que, em 2030, o Brasil alcance a expectativa da FAO: se torne um dos maiores produtores do mundo, com 20 milhões de toneladas de pescado por ano.

  LICITAÇÕES ABERTAS EM SETE ESTADOS:

 1) MATO GROSSO DO SUL – edital lançado nesta quinta-feira (08/08/13)

  • Total da área licitada/hectares: 91 hectares.

  • Localidades: 63 áreas em 5 parques aquícolas:Estimativa de empregos imediatos (diretos e indiretos): 300 empregos.

    • Parque Aquícola Rio Grande;
    • Parque Aquícola Córrego Santa Quitéria
    • Parque Aquícola Rio do Pântano
    • Parque Aquícola Brejo Comprido
    • Parque Aquícola Ribeirão Formoso
  • Estimativa de produção de pescado/toneladas: 17 mil toneladas/ano.

  • Espécies previstas: tilápia, piracanjuba, pintado, cachara, pacu e tambacu.

2) SÃO PAULO

2.1) Edital lançado dia 02/08/13:

–       Total da área licitada/hectares: 30 hectares.

–       Localidades: 17 áreas (em 7 diferentes reservatórios de usinas hidrelétricas e 3 áreas marinhas).

** Reservatórios de usinas hidrelétricas:  Euclides da Cunha, Capivara, Rosana, Jurumirim, Paraibuna, Canoas e Chavantes.

** Áreas marinhas: Enseada de Ubatumirim, Praia do Pulso e Enseada do Mar Virado

–       Estimativa de empregos imediatos (diretos e indiretos): 300 empregos.

–       Estimativa de produção de pescado/toneladas: 9 mil toneladas/ano.

–       Espécies previstas: tilápia e mexilhão.

 2.2) Edital lançado dia 26/07/13:

–       Total da área licitada/hectares: 50 hectares

–       Localidades: 14 áreas em

** Reservatórios de usinas hidrelétricas:  Chavantes, Porto Primavera, Paraibuna, Ilha Solteira, Jaguara e Rosana.

** Áreas marinhas: Enseada do Mar Pequeno, Enseada de Ubatuba, Praia do Pulso e Enseada do Mar Virado.

–       Estimativa de produção de pescado/toneladas: 14 mil toneladas/ano.

–       Espécies previstas: tilápia, ostra nativa e mexilhão.

3) PERNAMBUCO – edital lançado dia 18/07/13

–       Total da área licitada/hectares: 16 hectares.

–       Localidades: 5 áreas em 2 locais: reservatório da usina hidrelétrica de Itaparica e reservatório da usina hidrelétrica de Moxotó.

–       Estimativa de empregos imediatos (diretos e indiretos): 150 empregos.

–       Estimativa de produção de pescado/toneladas: 5 mil toneladas/ano.

–       Espécie prevista: tilápia.

4) BAHIA – edital lançado dia 18/07/13

–       Total da área licitada/hectares: 14 hectares.

–       Localidades: 7 áreas em 3 locais: Rio São Francisco, Baía de Todos os Santos e reservatório da usina hidrelétrica de Moxotó.

–       Estimativa de empregos imediatos (diretos e indiretos): 120 empregos.

–       Estimativa de produção de pescado/toneladas: 5 mil toneladas/ano.

–       Espécies previstas: tilápia e ostra nativa.

5) PARANÁ – edital lançado dia 18/07/13

–       Total da área licitada/hectares: 11 hectares

–       Localidades: 10 áreas em 3 locais: Baía de Pinheiros, reservatório da usina hidrelétrica de Capivara e reservatório da usina hidrelétrica de Chavantes

–       Estimativa de empregos imediatos (diretos e indiretos): 112 empregos.

–       Estimativa de produção de pescado/toneladas: 4 mil toneladas/ano.

–       Espécies previstas: ostra nativa e peixes como tilápia, surubim, pacu, piau, piapara, piauçu, dourado, piracanjuba, jaú e jurupoca.

6 e 7) GOIÁS e RIO DE JANEIRO – editais lançados dias 27/06/13

–       Quantidade de áreas licitadas: 8 áreas (4 em GO e 4 no RJ).

–       Total da área licitada/hectares: 23 hectares.

–       Localidades: 7 locais, sendo 3 em GO e 4 no RJ:

** Goiás: reservatórios das usinas hidrelétricas de Itumbiara, São Simão e Serra da Mesa.

** Rio de Janeiro: áreas marinhas em Ilha Grande, Lagoa de Saquarema, Praia do Apara e Enseada de Palmas.

–       Estimativa de produção de pescado/toneladas: 3 mil toneladas/ano, sendo:

** Goiás: 2 mil toneladas/ano de pescado.

** Rio de Janeiro: 1 mil tonelada/ano de peixes, algas, mexilhões, ostras e vieiras.

Fonte: MPA
http://www.mpa.gov.br/index.php/imprensa/noticias/2020-avanco-governo-federal-licita-areas-para-producao-de-60-mil-toneladas-de-pescado